O alarme divulgado pelos cientistas e ambientalistas envolvendo o crescente aumento do aquecimento global e as pessimistas previsões que cercam este assunto tem feito com que a população, gradativamente, se interesse e participe de movimentos e ações que venham a promover uma possível redução destes efeitos.
Em Brasília, um importante projeto despertou o interesse das pessoas que desejam se inserir neste contexto da sustentabilidade aplicada às sua vida cotidiana. Trata-se do Projeto Casa Autônoma, uma residência modelo que se utiliza de vários sistemas sustentáveis e agrega conceitos de eficiência energética e adaptação ao clima.
Construída e idealizada pelo Arquiteto Mário Viggiano, em área nobre de Brasília, esta casa com 350 m² de área construída possui sistemas de captação de água da chuva, tratamento de esgoto em vários níveis, aquecimento solar da água, geração de energia pelo sistema fotovoltaico, separação e compostagem de lixo orgânico, sistema de resfriamento evaporativo e um projeto arquitetônico rigoroso no sentido de promover a ventilação e a iluminação através de meios naturais.
O projeto Casa Autônoma iniciou-se em 2000 com o projeto. As obras terminaram em 2004 e a experiência encerrou-se em 2008 com a venda da casa.
Hoje a divulgação do projeto permanece com o blog na rede Mundial de Computadores que faz parte de uma iniciativa maior de divulgação de soluções sustentáveis chamada de RIS – Rede de Informação em sustentabilidade:
Alguns conceitos importantes do projeto:
As águas
A captação das águas da chuva é feita através de calhas no telhado. As águas são armazenadas em reservatórios após passarem por um filtro especial. Os reservatórios têm capacidade para cerca de 15.000 litros , o que proporciona uma autonomia, quando totalmente cheios, de 75 dias. A água da chuva na Casa Autônoma é usada na lavanderia, lavagens de pisos e calçadas e na alimentação dos espelhos d'água.
As águas do esgoto secundário, chamadas de águas cinzas (provenientes da lavanderia, ralos, chuveiro e pias de banheiro) são tratadas através de um equipamento exclusivo desenvolvido pelo LaBSiP (Laboratório de Bioarquitetura e Sistemas Produtivos). As águas do esgoto primário, chamadas de águas negras, também são tratadas por um equipamento especial localizado no jardim e que, através do sistema aeróbico (retirada da matéria orgânica na presença de ar), purifica as águas servidas que serão utilizadas na irrigação.
A energia
A energia fotovoltaica é aquela obtida a partir da transformação da energia solar. Para esta transformação são utilizadas células fotovoltaicas na sua maioria fabricadas a partir do silício amorfo. Na Casa Autônoma, a energia fotovoltaica foi implantada de forma progressiva atendendo a um cronograma.
Para o aquecimento da água dos chuveiros e dos lavatórios, foi utilizado na Casa Autônoma um sistema tradicional baseado em placas coletoras de cobre que aquecem a água e armazenam em um reservatório especial com proteção térmica.
Arquitetura bioclimática
Uma construção bioclimática é aquela capaz de suprir as necessidades básicas de conforto de seus usuários utilizando apenas os recursos da própria arquitetura tais como a orientação, tamanho das aberturas, materiais construtivos, cores, altura do pé-direito e principalmente a presença ou ausência dos elementos como o sol e vento e também da utilização da vegetação. Na casa autônoma estes conceitos aparecem de maneira marcante e são responsáveis pela manutenção de um ambiente confortável e próprio para habitação humana na maior parte das horas do dia.
Sabemos que hoje, mais do que um conceito da moda, a sustentabilidade aplicada ás construções é uma necessidade urgente que eclode como uma das soluções para os graves problemas ambientais e de carência de recursos que afligem as populações pobres e ricas de toda terra.
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